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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Demente




ando meio a meio
sem meios
sem meias
(des)calçando as ideias
entre as linhas
quebrando as entrelinhas
minha mente mente
provavelmente 
contando meias verdades 
ou inverdades
tentando novamente
cerrando os dentes fortemente
mordendo o poder da mente
lentamente 
(des)(atenta)(mente) 
ando meio a meio
catando as partes
despindo metades
despeço 
de(s)mente

terça-feira, 31 de março de 2015

O café acaba, mas você fica





Hoje é um daqueles domingos chuvosos, sabe? Quando acordei, já pensei naquela boa e longa soneca que eu tiraria depois do almoço - que sairia atrasado, claro, como de costume. Abri os olhos lentamente. Fui espreguiçando até sentir aquela dorzinha gostosa do alongamento e ouvir o trec-trec dos ossos chegando no lugar. Corri flutuando até o banheiro e me deparei com meu rosto amassado e o lápis preto borrado só no olho esquerdo. Ri silenciosamente. Achei que ficaria o dia todo beliscando comidas gordurosas e assistindo aos meus seriados preferidos. Aí recebi uma mensagem. Era você me convidando para um café. E sabe como é, um café não dá pra resistir. Mentira, eu poderia tomar meu espresso por aqui mesmo, mas você me conhecia. Me conhece. O sim instantâneo foi porque o café acaba, mas você fica. Eu queria ver seu sorriso interrompido por aquele beijo cuidadoso na xícara para não se queimar. Quero rir da fumaça que embaça seus óculos de lentes finas. A fumaça acaba, mas você fica. Você arranca minhas melhores gargalhadas. Volta e meia eu nem escuto o que você está falando porque me distraio com suas covinhas. Mais um café? Traz logo um duplo. Você colore as nuvens de qualquer dia cinza. A chuva acaba, mas você fica. E quer saber? Quero muitas vezes você, de vários jeitos, de várias formas. Até sem forma, sem promessas, sem vergonha. Com chuva, com doce, com café. 
Obrigada pelo convite. 


(postado em primeira mão aqui: http://www.brisafeliz.com.br/o-cafe-acaba-mas-voce-fica/)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nus nessa nuance





Quarenta e sete segundos imersa em seu peito
Estou dançando mentalmente ao ritmo do seu coração
Meu medo galopando nas pulsações da sua pele. 


Já provei sua boca, mas nunca me perdi no seu abraço. Tenho a impressão que eu acharia essa a perdição mais gostosa do mundo. 




Eu que sempre fui tão boa em analisar qualquer fala sua, me vejo desfalecendo nessa distância entre meus olhos e os seus. 
"Conserta esse desconcerto, mulher" 
Você sou eu ao avesso. 
Você são os monstros da minha cabeça. 
Você está me comendo viva. 
Você nos dá nós. Eu, você, nós. 
Nus nessa nuance. 
Que sufoco essa história sem foco! 
Você vai ficar por aí? 
Quarenta e oito segundos já é pedir demais 
para quem já perdeu o fôlego daqui.