Viveu num corpo saudável
Sobreviveu em um mundo de afetos
Se fechou em dúvidas
Se entregou às certezas - as poucas que pensava ter
Estava tudo no lugar
Quando ela se apossou de seu corpo
Quando ela era parte de sua pele
invadiu os pulmões
o coração.
Assintomático.
Ou talvez repleto de sintomas mascarados.
Ela começou a se alastrar
Aos poucos foi tomando forma.
Quem vivia num corpo saudável
já não conseguia respirar
pronunciar palavras,
raciocionar.
Ela estava destruindo algo tão abstrato quanto o vento,
porém tão concreto quanto as feridas que estavam abertas.
porém tão concreto quanto as feridas que estavam abertas.
Cada vez maiores.
Quando o corpo se deu conta
logo apressou-se em tentar livra-se dela
Mas era em vão.
Durante muito tempo foi em vão.
O corpo estava em um estado deplorável.
Ele precisava de um golpe final
para findar sua agonia.
E aconteceu.
Mas não foi suficientemente letal.
Eutanásia.
Desligue os aparelhos.
Seu desejo é que ela não vire epidemia. O corpo não deseja isso para mais nenhum outro corpo.
É como uma droga.
Definha.
Continou definhando durante um período.
Um período.
...
Último suspiro.
Morte.
Vida.
É a primeira vez que a morte significa vida.
3 comentários:
nuuuuu Jey! Seu blog tá fierce demais (huahauhuahua, sim, tô escutando Beyoncé)!
Eu me lembro desse texto...
Se brincar, ainda o tenho guardado aqui :)
Já são muitos anos, muitas épocas eras, né? Que atravessamos que nos reconhecemos, que é vinda essas metamorfoses que nos fizeram isso, hoje.
Bem-vinda ao mundo bloguístico!
Achei linda a foto do layout.
Um beijo, amiga.
Fala Jey..muito doido esse site! parabéns..
bjos
aparece em NS
Téo (primo)
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