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terça-feira, 6 de março de 2012
Fora do lugar
Meu quarto está uma bagunça. Está tudo fora do lugar. Interessante isso. Eu decido qual o lugar que algo deve ficar, mas quando eu mesma o tiro de lá, o considero, oficialmente, fora do lugar. Irônico, não?
Mais irônico é que, por mais que esteja bagunçado, eu conheço minha bagunça, sei exatamente como revirar uma gaveta para achar uma coisinha aqui, outra bugiganga ali. Às vezes pode ser algo importante que se perde na confusão. Mas, eventualmente, acabo achando. Tenho preguiça de procurar por muitas coisas. Me cansa. Sou acomodada demais, acho. Ou, talvez, eu só não esteja afim de achar o que você quer que eu ache agora. Não agora. Deixa ali, guardado, no meio da minha caixa de meias. No meu quarto tem de tudo. Livros que não leio mais; recordações de lembranças que preferia esquecer - mas não sei jogar fora; lápis de cor só para enfeitar e decorar os desenhos que não sei mais colorir; papéis com escritos que nunca mais irei ler; roupas que não uso mais; um violão novo; uma tevê velha; um computador meia-boca; minha calça preferida, minha blusa surrada que insisto em usar; minha cama que já pedi em casamento; o telefone que só toca pra me acordar do sonho mais lindo; meus dois pares pretos de All Star. Coisa boa ou ruim, não importa, é tudo meu. Sou assim, egoísta, possessiva e cheia de não-me-toques. Nessas horas, viro uma criança de sete anos com aquele discurso de é-meu-e-eu-faço-o-que-quiser-dele e o famoso os-incomodados-que-se-retirem.
Não, não tente arrumar minha bagunça. Se você quiser fazer parte dela, seja bem-vindo. Mas lembre-se: eu te coloco onde eu quiser e, se algum dia você sair dali, te considero, oficialmente, fora do lugar.
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