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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Orçamento







Depois não venha me dizer que eu não tentei. 
Depois não venha me dizer que não te quis.
Depois não venha me dizer que não te desejei você
o tempo todo.
Aqui.
Comigo.
Mas você quis experimentar com outra pessoa.
Você quis estar de um jeito que eu não quis estar.
Você quis entender um assunto que não compartilho com você.
Como ousa?
Como ousa invejar o que tenho com outra pessoa
mas desejaria ter com você?
Como quer que eu entenda algo que você não
fez questão de saborear comigo?
Não sei.
Só entendo que você não é quem eu, inusitadamente, avaliei que fosse.
Porém, eu fiz o orçamento e, vou te contar, é caro. 
Mas quem não quer pagar?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Eu prometo







Prometo não prometer que vou te amar para sempre
Prometo não prometer que nunca vou te decepcionar
Prometo não prometer que serei sua até meu último suspiro
Prometo não prometer que nunca vou errar
Prometo não fazer promessas vãs

Prometo ficar
até onde der pra ficar ou ficar até onde der

Prometo te carregar
até quando nossas almas forem leves

Prometo te fazer sorrir
até quando o riso for fácil

Prometo chorar
até quando houver motivo para cessar as lágrimas

Prometo tentar
até quando tentar não for uma promessa

Prometo prometer só o que posso prometer
até quando ficar, carregar, sorrir, chorar e tentar for só uma consequência
do meu eu com você.

Eu prometo

Convicted

Pra escutar enquanto lê:
|| ♫♪ Roads - Portishead ♫♪ ||






A textura da sua pele suga a minha loucura enquanto toda a intensidade do meu corpo vibra com sua libido. O seu gosto é inconfundível e minha língua procura sua boca como um cão farejador. O meu guia é sua vontade. Sua vontade é meu tesão. Seu tesão é meu prazer. Seu prazer é meu. Não te gosto além do óbvio. Odeio o óbvio. É anormal o tanto que meu desejo procura suas curvas, seu cheiro, seus encontros descompassados e desarrumados onde me encontro. Me encontro em você e você é minha perdição. Então me provoque. Seja minha tentação porque eu quero provar para você que a minha intenção não é boa. Ah, muito pelo contrário! Eu sou má. Eu quero devorar seus desejos mais secretos e me embriagar, ficar bêbada de você. E a ressaca? Foda-se. Se for para viver com essa ressaca de você, eu já me condeno à morte.

A língua dos meus olhos




O jeito que você olha pra mim deveria ser considerado imoral ou, pelo menos, eu deveria receber algum tipo de taxa cada vez que você me olha assim. Ele me desconserta, sabe? Algumas vezes eu consigo olhar de volta e ficamos ali durante aqueles segundos que parecem anos, envoltos em um mundo só nosso, revestido por essa enorme bolha que resolvemos explorar. Outras vezes eu desvio o meu olhar do seu porque não quero ler o que ele me diz, não quero admitir que ele tem todo esse poder sobre mim, não quero te dar o gosto de ver formar aquelas salgadas e irritantes lágrimas que cismam em brotar no mesmo cantinho e sair trilhando aquele caminho sulcado - e imaginário - que as outras teimosas já deixaram ao passar.
Não me olha desse jeito se não for pra fazer meu mundo mudar de cor ou fazer o barulho dos carros e do caos da cidade desintegrar em um silêncio ensurdecedor; ou minha pupila dilatar e meu coração bater daquele jeito que você gosta de ouvir quando repousa seus ouvidos no meu peito. Não me olha assim se não for pra me dizer - e sem gritar - que você me quer. Olha, eu quero que você me veja, que me enxergue. Afinal, acho que até hoje só você não entendeu a língua que meus olhos falam quando dizem que... é você.